As mentiras que os publicitários contam

Como publicitário , não posso deixar de postar esse artigo que diz tudo o que o pessoal sente quando entra na faculdade de Publicidade e Propaganda e se depara com um mercado de trabalho saturado, cheio de esquemas e “Q.I.” – quem indica. Eu, como decidi logo partir para o marketing ao invés de esperar conhecer alguém influente, reparto esse texto com você que talvez também se identifique. AHUAHUAHUAHUAHU

..aí vai a única verdade destas linhas: tem um publicitário mentindo na sua cara! Uma lista das mentiras que andam contando nas agências. Algumas velhas como a própria mentira e as promessas de políticos. Outras, novinhas como os estágios bem remunerados. E leia pra ver se eu estou mentindo:

“Virei redator publicitário porque queria exercitar meu talento para escrever contos, crônicas e poesias.”
(Mentira! Você entrou nessa pra ganhar dinheiro. O que, aliás, nunca teria com seus contos, crônicas e poesias medíocres.)

“Não trabalho por dinheiro.”
(A menos que isto seja dito por um estagiário de uma grande agência, é uma escandalosa mentira.)

“Para chegar a este conceito, entrevistamos centenas de consumidores.”
(Mentira! Podem até ter entrevistado os consumidores. Mas chegaram ao tal conceito copiando a concorrência.)

“Aqui na agência a gente nunca sai antes da meia-noite porque sempre tem muito trabalho.”
(Inclusive os freelas que o povo pega pra fazer no emprego.)

“Nossa equipe é uma das mais bem pagas do mercado.”
(É por isso que o pessoal vive pulando de emprego em emprego por qualquer proposta.)

“Nossos clientes são os mais satisfeitos do mercado.”
(Mentira! Mentira! Mentira! Cliente muito satisfeito tá puxando o saco pra conseguir uma boquinha na agência quando precisar.)

“Anunciantes bem atendidos por outras agências não nos interessam.”
(Tá bom. Agora conta outra.)

“Eu sou criativo e me dou muito bem com o atendimento.”
(Pode apostar que tem sexo na parada.)

“Escrevi exceção com dois “esses” de propósito, só pra testar o revisor.”
(Ahãm.)

“A sociedade precisa se mobilizar para combater o trabalho escravo.”
(Ok. Então vamos começar remunerando os estagiários?)

“Olha, não pense que você está sendo demitido só porque perdeu dois clientes esta semana, não. É contenção de despesas, mesmo.”
(E o medo de processo trabalhista, hein?)

“Uma nova realidade está aí, batendo à porta das agências.”
(É mais uma leva de gente despejada das faculdades em busca de trabalho. E pare de conversa mole!)

“Então, deixa a sua pasta aí que eu dou uma olhada depois.”
(Esse vai direto para o inferno.)

“Pode cair o mundo. Hoje eu saio mais cedo.”
(Rá! Rá! Rá! Rá!)



Pra concluir, depois de tanta mentira, uma verdade. Um diretor de criação, casado, pai de dois filhos, seduziu uma estagiária, saiu com ela e, ao levá-la de volta pra casa, sussurrou em seu ouvido:

“Amanhã eu te ligo.”

E ligou mesmo. Pra dizer à moça que ela estava na rua.

Agora, faça o teste. É só somar quantas dessas mentiras você já contou na vida pra saber o seu perfil. Menos de quatro: você é normal. De quatro a oito: vai se tratar. De nove a quinze: posso lhe mostrar minha pasta?

Abraço,
Eric Ferreira